Percepção dos Cirurgiões-Dentistas sobre o diagnóstico e manejo de pacientes portadores de maloclusão de Classe II Esquelética / Perception of Dental Surgeons on the diagnosis and management of patients with Skeletal Class II malocclusion

A compreensão de características dentoesqueléticas e faciais são imprescindíveis para o correto diagnóstico e tratamento ortodôntico. Quanto ao período correto de intervenção, o tratamento precoce se justifica para evitar o traumatismo dentário, desgastes dentários e a preservação da auto-estima da criança dentro da sociedade. Desta forma o trabalho tem por objetivo avaliar a percepção dos Cirurgiões-Dentistas sobre o diagnóstico, época ideal e tipos de tratamento da maloclusão de Classe II Esquelética, através de um artigo científico, realizado por meio de um questionário eletrônico para Cirurgiões-Dentistas (n=315), distribuído por meio de e-mail, Instagram e Facebook, constituído de 22 perguntas, determinando características sócio-demográficas, grau de percepção dos participantes, bem como época ideal e tipos de tratamentos para a maloclusão de Classe II Esquelética. Os dados foram tabulados no Programa Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 20.1 para Windows. Na verificação da normalidade da amostra, aplicou-se o teste ShapiroWilk, para comparação entre os grupos, foi realizado o teste T, o teste de regressão logística binária foi aplicado para mensurar o grau de relação e comportamento entre as variáveis quantitativas estudadas, o teste Qui-Quadrado e/ ou Exato de Fisher fora utilizado em busca de possíveis associações, foram consideradas associações positivas em presença de p valor <0,05. Sendo verificado que a maior parte dos entrevistados foram Odontopediatras (n=41,66% ± 9,82), gênero feminino (n=42,23 % ± 9,70) com média de idade (n=42,04% ± 9,09), oriundos da região Sudeste (n= 42,28% ± 9,58) que exerciam atividade clínica no serviço privado (n=42,30% ± 9,87). Não houve associação estatisticamente significativa em relação a auto-percepção de diagnóstico e o real conhecimento à respeito da maloclusão de Classe II Esquelética (p>0,05) em todas as especialidades perguntadas, exceto na especialidade Ortodontia. Para auxiliar a compreenção do diagnóstico da maloclusão de Classe II Esquelética, época de tratamento e tipos de mecanoterapia, foi criado um folheto explicativo no programa Canva.com, baseado em uma revisão de literatura sobre os assuntos acima, dentro da base de dados Med Line (via Pub Med e Web of Science). Além disto, foi realizado um relato de caso clínico sobre o tratamento precoce da maloclusão de Classe II Esquelética de uma criança de 6 anos e 8 meses tratada com disjunção maxilar e sequência de alinhadores (Invisalign®), objetivando a propulsão mandibular e a melhora da relação esquelética e de oclusão. Observou-se que o tratamento ortodôntico foi capaz de reduzir o overjet, melhorar as inclinações axiais individuais dentárias, atenuar o perfil esquelético, melhorar as funções estomatognáticas alteradas juntamente com ações interdisciplinares, assim como trouxe satisfação estética para a paciente e sua família. (AU)

An understanding of dentoskeletal and facial features are essential for correct diagnosis and orthodontic treatment. As for the correct period of intervention, early treatment is justified to avoid dental trauma, tooth wear and the preservation of the child's self-esteem within society. Thus, the work aims to assess the perception of dentists about the diagnosis, ideal time and types of treatment of Class II Skeletal Malocclusion, through a scientific article, carried out through an electronic questionnaire for dentists ( n=315), distributed through email, Instagram and Facebook, consisting of 22 questions, determining socio-demographic characteristics, degree of perception of the participants, as well as ideal time and types of treatments for Class II Skeletal Malocclusion . Data were tabulated in the Statistical Package for Social Science (SPSS) version 20.1 for Windows. To verify the normality of the sample, the Shapiro-Wilk test was applied to compare the groups, the T test was performed, the binary logistic regression test was applied to measure the degree of relationship and behavior between the quantitative variables studied, the Chi-Square and/or Fisher's Exact test had been used in search of possible associations, positive associations were considered in the presence of p value <0.05. It was verified that most respondents were pediatric dentists (n=41.66% ± 9.82), female (n=42.23 % ± 9.70) with mean age (n=42.04% ± 9 .09), from the Southeast region (n= 42.28% ± 9.58) who exercised clinical activity in the private service (n=42.30% ± 9.87). There was no statistically significant association regarding self-perception of diagnosis and real knowledge about Skeletal Class II Malocclusion (p>0.05) in all specialties asked, except for Orthodontists. To help understand the diagnosis of Class II Skeletal Malocclusion, time of treatment and types of mechanotherapy, an explanatory leaflet was created on the Canva.com program, based on a literature review on the above subjects, within the Med database Line (via Pub Med and Web of Science). In addition, a clinical case report was carried out on the early treatment of Class II Skeletal Malocclusion in a child aged 6 years and 8 months treated with maxillary disjunction and sequence of aligners (Invisalign®), aiming at mandibular propulsion and improvement of the skeletal relationship and occlusion. It was observed that orthodontic treatment was able to reduce overjet, improve individual dental axial inclinations, attenuate the skeletal profile, improve altered stomatognathic functions together with interdisciplinary actions, as well as bringing aesthetic satisfaction to the patient and her family. (AU)

Assessment of the orthodontic knowledge demonstrated by dental school undergraduates: recognizing the key features of Angle Class II, Division 1 malocclusion

OBJECTIVE: To investigate the ability of undergraduate students in diagnosing Angle Class II malocclusion and evaluate the clinical approach of these students toward a patient displaying this condition. METHODS: The sample consisted of 138 students attending the last semester of 10 dental schools in the State of Rio de Janeiro/Brazil assessed by questionnaires with closed questions. They were presented with photographs and dental casts of a patient in the mixed dentition, with Angle Class II malocclusion, increased overjet and overbite, deviated dental midlines and anterior diastemas in the upper arch. RESULTS: It was found that students easily identified increased overjet (92% of students), followed by the presence of diastemas (89%), midline deviation (84.7%) and increased overbite (77.3%). Conversely, approximately half the sample (n=70 or 51% of the students) were able to identify bilateral Angle Class II malocclusion. Nearly all agreed on the need for treatment and that it should be provided by a specialist (n=131 or 95%), but found it difficult to determine the ideal moment to start orthodontic treatment: 48.9% of the sample would begin treatment at the end of the mixed dentition, 41.7% would indicate treatment during deciduous dentition and 7.9% during permanent dentition. CONCLUSIONS: On completion of their undergraduate courses, students encounter difficulties in diagnosing Class II and even find it hard to articulate ideas about a basic treatment protocol to correct this malocclusion.

Diagnóstico de má oclusão de Classe III por alunos de graduação / Class III malocclusion diagnosis by graduation students

OBJETIVO: verificar a capacidade de alunos de graduação diagnosticarem a má oclusão do tipo Classe III de Angle, assim como avaliar a possível indicação para tratamento ortodôntico e o momento ideal de iniciá-lo, levando em consideração as idades dentária e esquelética do paciente. MÉTODOS: a amostra foi composta por 138 alunos do último período de graduação de 10 faculdades de Odontologia do estado do Rio de Janeiro, avaliados por meio de questionários com perguntas fechadas. Foram-lhes apresentados fotografias e modelos de estudo de um paciente portador de má oclusão Classe III de Angle unilateral e, ainda, outras más posições dentárias. RESULTADOS: constatou-se facilidade por parte dos estudantes em identificar o desvio de linha média (n = 124 ou 90 por cento) e a mordida cruzada anterior (n = 122 ou 89 por cento). Em contrapartida, aproximadamente metade da amostra (n = 63 ou 46 por cento dos alunos) foi capaz de reconhecer, no caso clínico, a existência da má oclusão Classe III de Angle unilateral. Apenas 46 por cento deles (n = 63) identificaram a ausência precoce do dente decíduo. Quanto ao tratamento, quase a totalidade concordou com a sua necessidade, porém encontraram dificuldade em reconhecer o momento ideal da indicação ao especialista, com a finalidade de que este realize o tratamento ortodôntico. CONCLUSÃO: os estudantes terminam o curso de graduação com dificuldade no diagnóstico de Classe III e nem mesmo articulam idéias sobre um protocolo básico de tratamento para correção desta anormalidade.

AIM: The aim of this article was to check the ability of undergraduate students to identify Class III malocclusion and also recognize the correct timing for referring them for orthodontic treatment, taking into consideration the patient's dental and skeletal ages. METHODS: The sample included 138 senior students of 10 Dental Schools in the State of Rio de Janeiro, which answered a written questionnaire with objective questions. It was also presented to them the facial photographs and study models of a unilateral Class III patient, which also included other dental irregularities. RESULTS: It could be observed that it was easy for most of the students to identify the dental midline deviation (n = 124 or 90 percent) and the anterior crossbite (n = 122 or 89 percent). However, approximately half of the sample (n = 63 or 46 percent of the students) was able to classify the studied clinical case as a unilateral Class III. Only 46 percent of the group (n = 63) could identify the early loss of a deciduous tooth. Almost the totality of the sample agreed on the orthodontic treatment need, however, it was hard for them to agree on the best timing for referring the case to the specialist and the beginning of this therapy. CONCLUSION: The students graduate in Dental School with difficulties on the correct diagnosis of Class III cases and are not fully aware of a basic protocol for the treatment of this abnormality.